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sexta-feira, 4 de junho de 2010

A internet tem nos deixado mais superficiais?


Você navega por mil sites ao mesmo tempo enquanto ouve aquela música no MySpace e assiste a um vídeo no YouTube? Há quem diga que conseguir fazer várias coisas ao mesmo tempo é uma vantagem da geração 2.O. Mas será que o excesso de informação, ao invés de nos deixar mais espertos, não está arruinando nossas mentes?

Quando o escritor Nicholas Carr começou suas pesquisas para responder a essa questão, ele desligou-se do Twitter e Facebook e diminuiu o número de acessos à sua caixa de emails. Carr começou a notar que estava com grandes dificuldades de concentração a ponto de não conseguir trabalhar se estivesse conectado.

Em seu livro “The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains"” (Superficiais: O que a internet tem feito com o nosso cérebro) ele defende que a web tem nos tornado menos capazes de uma reflexão profunda. Explorando como a sociedade passou de uma tradição oral para a impressa e posteriormente para a da internet, ele detalha como o cérebro reestruturou-se para se adaptar às novas fontes de informação. Diante de uma enxurrada de textos, fotos, vídeos, músicas, links para outras páginas, com interrupções incessantes de e-mails, atualizações no Facebook, Twitter, blogs e feeds, nossas mentes se acostumaram a uma exploração superficial da informação.

Carr acredita que isso prejudica a nossa memória de longo prazo. “O que nós estamos perdendo é todo um conjunto de habilidades mentais, não as que exigem a mudança do nosso foco, mas a manutenção dele”, diz o escritor.

Para aqueles que se sentem prejudicados com tanta informação, ele sugere atividades de contemplação e reflexão, como a leitura de livros e artigos. "É muito claro, a partir da ciência do cérebro, que se você não faz exercícios de habilidades cognitivas, você as perde".

Mas se, por um lado, os recursos da web estão nos deixando realmente superficiais, Carr defende que, por outro, eles nos ajudam a desenvolver nossa capacidade de tomar decisões mais rápidas. Ao analisar a relação dos e-readers, como o Kindle e o iPad, com a produção de livros, ele diz que novas formas de leitura exigem novas formas de escrita e completa: “ Se os escritores atenderem a uma sociedade que é cronicamente distraída, inevitavelmente evitarão escrever argumentos complexos que requerem atenção sustentada”.

Fonte: Olhar Digital

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